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NOVA TRAGÉDIA, QUASE! ARRUDAS E VILARINHO ...

Há décadas estamos dizendo: não canalizem os ribeirões de BH, bobagem que começou com Aarão Reis no final do século XIX.


Somente o prefeito Célio de Castro agiu corretamente, empoderando José Roberto Champs na SUDECAP e mandando não canalizar mais nada e criar sempre parques ciliares em torno de ribeirões em leito natural. O parque Nossa Senhora da Piedade é um dos exemplos desta concepção, procurem visitá-lo. A prioridade são as pessoas não os carros. Descanalizar e repensar a cidade vai sair mais barato em dinheiro, evitar mortes no trânsito e trazer qualidade de vida, ou seja, saúde.


Depois do Vilarinho há duas semanas, ontem quase foi a tragédia no Arrudas. Idiotas não entendem que o fundo dos vales é das águas? Que a natureza assim determinou? Que não se deve construir avenidas ao lado de rios e muito menos, em cima dos rios? Que as ruas e avenidas devem cruzar rios usando pontes? Que as empreiteiras não podem governar BH, que está ficando igual à trágica São Paulo das inundações? Onde está o CREA-MG que não abre a boca sobre esta irregularidade conceitual já amplamente debatida em BH e em todo o mundo? O CREA-MG é neutro, estuda projeto, respeita a DN do COPAM 95 de 2006? Para que servem as leis?


A retirada de solo para construções, retirando o chão das águas, deveria ser proibido em quase todos os casos; a casa deve se adaptar ao solo e não o contrário, pelo menos na grande maioria dos casos. A impermeabilização desnecessária de quintais espera ser banida. A necessária pavimentação das ruas exige medidas compensatórias para infiltração das águas das chuvas, como caixas secas. E as desnecessárias calhas nos telhados que lançam a água de volta ao mar pelos rios canalizados e provocam inundações? Além de serem criadouros de Aedes aegypti. Calhas, remoção de solo, cimentar quintais, caçambas etc aumentam o custo das construções, e conspiram contra as nascentes. São erros onipresentes que geram inundações.


Nosso comportamento civilizatório revela hidrofobia e paranoia. Tememos a falta d´água mas a chuva é associada às tragédias. As falsas soluções técnicas geram obras desnecessárias, individuais e nas prefeituras, que provocam inundações e gastos elevados com empreiteiras, que não resolvem os problemas, veja o caso do Arrudas e Vilarinho, e leva ao aumento do IPTU e a perdas de vidas. Isto vai parar ou vai continuar, senhores prefeitos? Esta insistência justifica impeachment dos governantes, por crime de responsabilidade.

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